domingo, 12 de fevereiro de 2012

Kano (Kaun) - A Tocha
"A tocha é a chama viva,
Pálida e brilhante;
Arde mais onde o povo nobre
Está estabelecido."
Palavras Chaves: fogo/chama/tocha/pira/vela, iluminação, guia, movimento, emoção, orientação, prestígio, renovação, transformação, afugentar coisas daninhas.
Galdr de Kano:
"Chama que queima, fogo que acalenta, tocha que aquece e cura. Clareza contra escuridão. Clareia os caminhos. Consolo que conforta os caminhos dos que correm com os cães, dos que cantam com os corvos, dos que curam com as cobras, escandesce com combustível as casas de escuridão e acalenta o coração dos escudeiros. Chama incandescente, cólera draconiana, cor cálida que nos conecta com o êxtase, dai-nos o cosmo que comanda a claridade. Dai-nos o foco que combate o escuro. Calota de fogo, guia-nos com claridade e calor! Kauna, Kauna, Kauna!"
A tocha é aquele que ilumina o caminho do viajante e é o elemento que espanta os seres da escuridão. O fogo queima o que é velho e renova as energias. Ele destrói e também esquenta o lar. Nos mitos, o fogo é uma das energias gêmeas que sustentam os primórdios do universo, simbolizando a força criadora masculina que flui livremente, destruindo e renovando tudo em seu caminho.
Na estrofe podemos observar uma menção ao povo nobre, que poderia ser os espiritualistas da antiga fé que ainda seguem a antiga senda, os despertos. Ou ainda, seriam os espíritos dos mortos, as Dísir, os elfos, os ancestrais.
Gebo (Gjöf) - O Presente
"Um presente aos outros é ornamento
Que exibe riqueza, e para todo paria
Que nada tem é substância e honra."
Palavras chaves: presente, oferenda, oferta, sacrifício, união, aliança, anseio correspondido, consolidação de acordos, auto-sacrifício, compensação.
Galdr de Gebo:
"Um agrado gratificante para o galope dos guerreiros. Guerras e ganhos, negócios e farturas. Toda paixão pede gozo. Um amor pede agrado. O gado na grama, um gavião numa gaiola, uma águia com seu grito e um gnomo com seu agouro. Para o gamo uma galhada, para a gaita uma grinalda, e para uma grinalda a hierogamia. Para graxa e gordura uma forja grisalha. Um godo e sua guilda, uma guilda e sua guarda. Ao guerreiro sua guerra. Um agrário com seu grão. Um gatuno com garrote. Um grande gato grande agressivo há de agarrar com gula o gado fora da gambarra. Uma gamela e sua água, e água para um governante que tem fogo em si. Agonia para Angrboda e gozo para Gerdr. A garra garança fere como gume o guerreiro desprevinido. A união se agarra com agrado. Uma oferta para o gozo de um governante. Gebu, Gebu, Gebu!"
A troca de presentes era um antigo protocolo nórdico. Exigia responsabilidade. Segundo o Hávamál, todo presente requer outro presente. Nesta troca, existe o elo, a união. Entre os antigos vikings, uma pessoa era considerada socialmente nobre pelo número de presentes que dava aos menos favorecidos. Na estrofe, observamos um eufemismo para os sacrifícios às divindades sedentas.


Wunjo (Vin) - A Alegria
"A alegria é para aquele que conhece pouca aflição;
Sem aflição eles terão progressos
E bênçãos."
Palavras-chaves: alegria, felicidade, paz, melhoramento, esperança.
Galdr de Wunjo:
"Valentia que subverte o vazio em valores criativos, venha. Vorme que devora os vultos sem-vidas, venha. Que venha o vento valioso da alegria vívida. Toda viagem virará valsa, todo vento veloz velejará à vitória! O verbo e a palavra trazem a vitória do indivíduo! O valente viaja rumo à vitória! Verão vence inverno! Uma virgem tem o ventre da vitória! Veneramos o veado que viaja entre as árvores verdes cujo veículo é a relva vivaz que inspira a vida! Que a chave da vitória venha! Wassail Aesir ók Wanir! Wunju, Wunju, Wunju!"
Na estrofe o ideal da alegria é mostrado como um sonho utópico (a sociedade viking era muito dura com os afarezes domésticos, agrários, pecuários e bélicos), e que se um dia fosse alcançado a sociedade seria plena e farta.
A runa ensina que a felicidade precisa ser encarada e que tudo é uma questão de ponto de vista. Alegria deve ser a ausência da aflição. Desta maneira ela oferece uma esperança para qualquer jornada em seu final. Moralmente, exige-nos atitudes positivas ao encarar nossas buscas.
O Aett de Hagal

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